sábado, 18 de abril de 2009

A Trajetória do Café pelos Estados Brasileiros

No Brasil, as sementes e as mudas de café foram inicialmente plantadas no Pará. Com o tempo, o café se expandiu pelo país passando a ser cultivado em outros estados. Em 1770, o plantio se iniciava na Bahia e em 1773, João Alberto Castelo Branco foi transferido do Pará para o Rio de Janeiro, levando consigo as sementes para a Baixada Fluminense, que se tornou uma das principais áreas de cultivo. Foi a partir do Rio de Janeiro que se iniciou realmente a notável expansão da planta para outras regiões do país. Florestas foram desmatadas, a fim de cultivar o café, o que ocorreu com a Mata Atlântica, na Serra do Mar, no Vale do Paraíba e no Oeste Paulista. Do Rio de Janeiro as raízes alcançaram os solos férteis de São Paulo e de Minas Gerais. No final do século XIX e no início do século XX, a cidade de São Paulo era conhecida como a “capital do café”, e os políticos que comandavam a nação eram representantes dos cafeicultores da região, na chamada “política do café-com-leite”.
No Império, os escravos fizeram parte da história do café. Além disso, a expansão do cultivo do café coincidiu com o início da campanha abolicionista, que provocou grande preocupação aos cafeicultores. Implantou-se o sistema de parceria, iniciado pelo senador Vergueiro, em Limeira (Oeste Paulista), em 1847, com a vinda de imigrantes suíços e alemães. Por esse sistema, o imigrante entregaria ao fazendeiro metade do café que produzisse. Entretanto, o endividamento dos colonos com os proprietários, somado às péssimas condições de trabalho e às dificuldades de adaptação, levaram à revolta dos contratados e ao fracasso do sistema de parceria.
A extinção do tráfico negreiro, pela Lei Eusébio de Queirós, no ano de 1850, coincidiu com a expansão da cafeicultura no Oeste Paulista e o interesse de lideranças políticas e sociais em promover o "branqueamento" da sociedade brasileira, tendo em vista a crença na superioridade da raça branca, corrente na época. Em 1887, a imigração européia (principalmente italiana) para a cafeicultura do Oeste Paulista foi retomada devido à intensificação da campanha abolicionista. Os novos imigrantes eram trabalhadores assalariados, cuja vinda era subvencionada pelo Estado brasileiro.
É importante ressaltar a importância dos imigrantes europeus e dos escravos na formação econômica do Brasil e no desenvolvimento da cultura cafeeira no país, já que no século XIX , o café constituía a base da economia brasileira, sendo responsável por mais da metade de nossas exportações.
Em síntese, a demanda pelo café no mercado internacional aumentava a cada dia e os fazendeiros investiam progressivamente no plantio. O café foi cultivado em todo o Vale do Paraíba, seguindo direção ao Estado de São Paulo. Na segunda metade do século XIX, o clima, a terra roxa (solo), a mão-de-obra negra e o imigrante europeu fizeram com que o café se desenvolvesse no Oeste Paulista. Milhares de sacas de cafés foram levadas pelas ferrovias e por lombo de burros aos portos, que de lá eram exportadas para a Europa e América do Norte. Uma nove elite se formava com o café, os proprietários de grandes fazendas e escravos, que receberam o título de nobreza de barões do café.


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